el sonido de los bermudas

02 maio 2011

que fizeram de Osama?

A notícia

Quase dez anos após o ataque ao World Trade Center, o governo americano anuncia através de pronunciamento de seu presidente, a morte de um dos fundadores e líderes da organização al-Qaeda, o mito Osama bin Laden.
Depois de figurar uma década como homem mais procurado do mundo, a jornada da caricata figura barbuda e de turbante branco, por vezes portador de um sorriso e por outras de um rifle e um dedo em riste, tem seu final anunciado após operação da marinha americana em território paquistanês.
Neste mesmo momento, uma vez que o cadáver do saudita já teria sido lançado ao mar, e sem a divulgação de nenhuma foto do 'presunto Laden' (e ainda que apareçam, pouco comprovariam), teorias e teorias estão sendo especuladas para explicar o episódio.
Dessa maneira, o TRIÂNGULO, sempre antenado no cenário geopolítico se apresenta para discutir essa notícia bombástica (desculpe o trocadilho)! Explicitando A teoria (verdadeira) sobre o que de fato fizeram de Osama! Leia antes de se decidir se bin Laden está morto, vivo, ou mesmo nunca existiu.

Os fatos

Osama bin Laden era/é um cara de família. Família grande e milionária. Era/é um cara de contatos. Espalhados por todo o mundo segundo as agências 'counter-terrorism'. Era/é um cara de negócios. Feitos inclusive com a família Bush há algumas décadas. Era/é um cara famoso. Um dos rostos mais conhecidos em todo planeta. Inclusive, Osama bin Laden era/é para muitos, O cara: O cara a ser morto ou O cara a se copiar.

Tamanho sucesso se alavancou especialmente pelas guerras e caçadas que o Ocidente, liderado pelos USA, passaram a travar pós 9/11. Para desperdiçar vidas em função de interesses obscuros (que são conhecidos – dinheiro e poder – mas obscuros) são necessários que alguns sujeitos se apresentem e sejam reconhecidos como heróis, libertadores, portadores de uma verdade absoluta. E ambos os lados conseguiram isso.

E falar de lados tem tudo a ver com essa história repleta de lados, interesses, disputas, mentiras e mortes. Laden, por exemplo, já lutou a favor dos USA nos anos 80. Vinte anos mais tarde era acusado de ser a mente maligna por trás dos atentados às Torres Gêmeas, se tornando a partir de então o inimigo nº1 dos ianques.

O ‘contexto’

Existe o ideal americano em que o povo, o país, acredita ser o portador de uma mensagem libertadora e democrática, capaz de trazer ‘luz’ a todo aquele que ela julga estar nas ‘trevas’. Existe uma indústria, a bélica, poderosíssima econômica e sobretudo politicamente, que além de viabilizar o emprego de milhões de pessoas também garante algumas cadeiras no Congresso. E é óbvio que essas ‘existências’ caminhem lado a lado. (Não é por acaso que instituições como a ONU existam. Elas dão um caráter aparentemente humanitário e democratizado para tomada de todo o tipo de decisões ao redor do mundo: sanções comerciais, embargos, operações militares, invasões... E assim, a sua polícia, essencialmente composta pelo exército americano, tem autonomia para executar aquilo que é de seu interesse! CQC!)

Generalizadamente, metade dos americanos é democrata e, tendo a situação sido ‘resolvida’ por aqueles lados, ou seja, tendo o exército dizimado aqueles que poderiam ser ameaças futuras, espera a retirada de suas tropas dos territórios ocupados. A outra metade é republicana, e defende que somente uma ocupação mais efetiva, com maiores investimentos e maiores contingentes armados possam assegurar que aqueles infelizes seres humanos desfrutem o verdadeiro sabor da democracia. Assim, para as eleições que se aproximam, Obama precisa dar um bom jeito de agradar ambas as parcelas, tendo em vista todas as promessas que fez para assumir o comando. Portanto, até a morte de um ‘aliado’ à política americana possa ser necessária para garantir uma corrida mais tranqüila e conseqüentemente novos anos de estadia na Casa Branca.

Do outro lado da moeda, do outro lado do mundo, Osama Bin Laden, O cara, se anuncia como um fundamentalista islâmico. Líder da causa, líder de um grupo, disposto a se sacrificar em nome dos ideais que possui e disposto a tirar todas as vidas que afrontem estes mesmos ideais. Um homem da guerra. Seja contra invasores soviéticos reais, ou invasores ideológicos. Um homem que usou a TV AL JAZEERA como a única maneira de se expressar em todos esses anos de perseguição. Sempre através de vídeos gravados aparentemente dentro de cavernas e ambientes inóspitos, onde recorrem mensagens de repúdio ao Ocidente.

As (in)conclusões

As cruzadas modernas se reciclam. São necessários novos motivos para intervir. O que quer que seja para validar a morte de inocentes. Caçar bin Laden no Afeganistão, Saddam no Iraque, Kadhafi na Líbia... Não é interessante para os USA acabarem com a guerra. Seja quando ou onde ela for.

Está mais evidente do que nunca, que a única condição para estancar uma ferida é que outra seja aberta. Todavia, o ideal é ter muitos e muitos lugares onde essas feridas sangrem simultaneamente, ocasionando um inchaço instantâneo de valores em contas e ações.

Osama bin Laden talvez tenha sido um fanático religioso, como muitos outros que já existiram e continuarão aparecendo. Sua figura se encaixou perfeitamente a muitas pretensões americanas, e de tal maneira ela foi empregada. Talvez tenha chego a hora de acabar com o mito (ou talvez reacendê-lo). Num momento em que afirmar sua morte traria mais benefícios do que continuar correndo o suposto perigo que ele proporcionava.

Osama bin Laden é mito, criado propositalmente por aqueles preocupados em invadir países, expandir mercados, passar por cima de todos que representem obstáculos aos seus interesses. Ainda que usando uniformes ‘oficiais’.

E tendo em vista as inúmeras possibilidades do paradeiro que Osama pode ter trilhado nestes últimos anos, concluo que a chance dele estar morto são as mesmas dele continuar vivo - fifty fifty. Osama tem sido propositalmente, marcado como o grande vilão, como o maior e mais perigoso homem do mundo. Dar um ponto final a esta estória tem suas vantagens e desvantagens, o tempo vai dizer o que pesou mais nessa balança.

Imagino se ele não foi obrigado a gravar todos os vídeos de uma só vez, pelos próprios americanos, e já estando morto há muito tempo, passaram a exibí-los. Ou ainda, que ele tenha feito uma cirurgia, 'transplantado' o rosto, e trabalhe atualmente como sósia do Elvis em Vegas.

A história é confusa, é difusa, é irônica, e é sobretudo contada como quer, por aqueles que pensam que venceram. (Apareça o Osama antes das eleições de Obama, ano que vem, para vermos uma imensa reviravolta!)

As verdadeiras intenções por trás dos atos governamentais, dos atos políticos, são polidas de forma que elas nunca cheguem até nós, pobres mortais, espelhando a verdade. O WikiLeaks pode (ou não) corroborar com isso. Em meio a tantas incertezas, meu conselho é: não acredite em nada dessas notícias e nem perca tempo lendo esse tipo de post!

Pra finalizar, (já que você perdeu todo esse tempo pra chegar até aqui) só sei que muitas das figuras públicas, reconhecidas, legitimadas, eleitas, lá e cá, são bem mais ameaçadoras que o Osama!



e pra você, qual destes três é o terrorista mais perigoso?

19 fevereiro 2011

o que é melhor?


o "mundo árabe" está sacudido e fragilizado. diversas manifestações públicas exigem a saída de líderes que governam a décadas.
depois de tunísia e egito, agora manifestantes da líbia e de bahrein saem as ruas.
a "vitória" conquistada pelos egípcios parece ter acendido o estopim na cabeça das pessoas, as fazendo acreditar que sim, é possível mudar o curso da história de seu país, é possível que homens comuns, civis, interferiram e sobrepujem poderosos ditadores.

mas me pergunto qual a real motivação desses conflitos.
por que pessoas se organizam para protestar, dispostas a sair de suas casas, deixar sua famílias, se expondo a perigos reais nos previsíveis confrontos com as forças armadas, sempre tão empenhadas em dispersar a todo custo qualquer iniciativa de aglomeração popular. por quê?

imagino que elas tenham muitas razões para tamanha exposição. não é fácil engulir a seco o descaso, a pobreza, a miséria, a humilhação da desigualdade. é a insatisfação guardada e reprimida durante anos que agora é expelida em êmese.
mas também creio que nem todos estão dispostos a sacrificar suas vidas - e são muitas as vidas perdidas - em pról de mudanças políticas que muitas vezes resultem, para a espessa base da pirâmide social, para o trabalhador braçal e sem estudos, na famosa troca 6 por meia dúzia.

é aí que chega a hora dos países ricos influentes (a interesses de seus mi/bilionários) se pronunciarem diretamente, apoiando as manifestações. interessados em novos mercados, em novas fontes de matéria-prima, em novas oportunidades de se enriquecer. eles, em coro, não poupam declarações exaltando a miraculosa democracia ocidental e condenando a repressão violenta. (quanta vezes estes mesmos não reprimem violentamente qualquer manifestação? quantos e quantos litros de gás de pimenta e lacrimogênio estes mesmos já não mandaram ser usados contra seus compatriotas? sejam manifestações estudantis, de agricultores, de ambientalistas ou de desempredados. nessas situações, só sabem utilizar força, nunca estão dispostos a ceder. quem manda nunca está disposto a perder!)

ainda me pergunto por que as pessoas que se organizam e criam grupos com o intuito de explodir uma embaixada e de derrubar torres são chamadas de terroristas, enquanto chefes de estado que apoiam conflitos fora de seus domínios - inclusive financeiramente e disponibilizando armas - onde centenas de pessoas morrem, são "homens-do-ano", ganham prêmios e não aparecem na lista de procurados, muito menos são capturados e torturados.

não sei em que tipo de melhorias essas pessoas sonham. sei que infelizmente a maioria delas vai se decepcionar e ficar ressentida.
não mais se importando com "macro" questões políticas/econômicas, até que quem saiba, seus filhos um dia, ainda inexperientes, se rebelem de maneira parecida.

pense, a pobreza é condição, não é opção.

e assim a ideologia ocidental vai adentrando o países islâmicos. na marra, na força. a custa de vidas. em favor dos ricos. a custa dos pobres. a custa de um sonho impossível de se realizar.