el sonido de los bermudas

09 julho 2007

Sunday morning

Não sou eu quem abre meus olhos.
A cama tem uma gravidade acima do normal, e cheiro de sono. Quando penso nisso não sou eu quem pensa. Os pássaros e o sol querem a minha presença lá fora. Fora do claustro, da cela.
Hoje sim, há de ser diferente. Hoje não preciso pensar em mim. Hoje sim, posso ser o que nasci para ser. E como os pássaros, cantar e chamá-lo. Pedir a presença daquele que faz a diferença. Hoje sim, vai ser diferente.
Já não lembro mais o que fiz até então ou o que farei do então até. Só preciso me lembrar que fui adotado. E qual maior alegria do que em ter sido adotado!? Me lembro também dos outros, porque sinto-os. E não sou em quem sente, mas uma coisa dentro de mim feita de uma mistura de amor, poder e tempo. Muito tempo, diga-se de passagem. Tanto tempo que não compreenderia, não estivesse dentro de mim. Porque o que a mente não entende essa coisa sente.
Hoje todos serão iguais, e a justiça será feita e vista pra quem quiser ver.
Não sou eu quem abre meu olhos, mas um sentimento: (quem sabe) é hoje.
Quem dera todos os dias fossem domingo.