el sonido de los bermudas

28 abril 2008

simplificação da vida (cont.)

Outro filme que cabe aqui neste assunto - não que filmes sejam base fiel para se entender a realidade - é Apocalypto, dirigido por Mel Gibson, que retrata conflitos entre tribos indígenas pré-colombinas. Nota-se que já naquela época havia diferentes estagios de civilização. Na tribo do personagem principal, o que se caça se come, e o que se produz, se usa. é uma tribo pequena, e nao há sentimento de posse. acredito que ganancia, egoísmo, avareza, são palavras que não tem tradução na lingua daqueles indígenas. são sentimentos que nao tem espaço para crescer, pois tudo é de todos, todos devem receber de acordo com sua capacidade. Por exemplo, nenhum indio tentaria guardar comida a mais para si e depois se utilizar da vantagem sobre os outros. para isso, teria que assegurar sua vantagem por meio da força (e seria impossivel enfrentar o resto da tribo sozinho, e acabaria perdendo nao soh o que estocara, mas sua dignidade ante a tribo e talvez até sua vida). Os valores que regem uma sociedade "primitiva" como as indígenas, podem ser chamados de comunistas, se o termo for usado sem a carga historica que abarcou pelos ultimos dois seculos. Mas nem todas. O filme a certa altura revela outra face da populacao que residia aqui antes do "descobrimento". Grandes e poderosas civilizações constituiam verdadeiros impérios. Aztecas, Maias e outras sao conhecidas por sua violência e o filme mostra a exploração que exerciam sobre as pequenas tribos que viviam embrenhadas na mata. Além de pilhar e saquear tribos, capturavam homens e mulheres para trabalhos forcados e para servirem de material de sacrifício aos seus deuses em grandes eventos públicos, que podemos, facilmente, correlacionar com a dita "política do pão e circo". São duas etapas diferentes de crescimento das civilizações e organização em sociedade, vivendo ao mesmo tempo, antes de qualquer contato com os europeus.
A sociedade avança?
Todo remédio tem um local de ação, com uma função determinada. No entanto, nao existe remedio 100% especifico, ou seja, ele age onde precisa, mas também desperta outras reações no organismo, o que pode ser prejudicial ou não causar nada significante. é o chamado efeito colateral. A "evolução da sociedade", efetivamente, é movida pela vontade de se gerar riquezas e facilitar a vida do ser humano. Por isso se inventou a roda, a energia elétrica, máquinas de fiar e computadores. sempre: facilitar, junto a lucrar. Mas tudo o que o ser humano faz para se distanciar da ordem natural, tem seu efeito colateral. Facilita-se aqui, cria-se uma dificuldade ali. O carro encurta todas as distancias e traz conforto. mas precisa de combustivel. para comprar o carro e o combustivel, o individuo trabalha e cansa tanto quanto um índio que sai para caçar na mata seu alimento, sem carro nem combustivel, e traz o sustento.
Apesar de para mim estar claro que o Avanço da sociedade (seja da ciencia, da tecnologia, da política, etc) não tem nada de avanço e sim expansão de um caos irreversível, não dá pra simplesmente xingar tudo que é realidade e fingir que eu estou em meu mundo maravilhoso. Quando penso em todos os problemas para os quais eu deveria dar mais atenção (e as vezes amaldiçoo, culpo e desisto de tentar solucionar), eu tento lembrar que tudo poderia ser muito pior e ver o lado bom das coisas, sem esquecer que eles existem. Humildade não se aprende fácil, porque agente nunca é capaz de julgar a nós proprios com veracidade suficiente para dizer "agora sim, sou completamente humilde". E essa qualidade é um pré-requisito essencial para a simplificação da vida, já que uma vez que se entra a humildade, nao sobra espaço para ambições e vaidades, que geram os excessos, que complicam nossa vida, que foi feita, acredito, pra ser simples.


21 abril 2008

simplificação da vida



escrever sobre simplificação seria não escrever nada, pra não complicar. mas nem tudo é perfeito como deveria ser... e simplificar, ao contrario do que a palavra sugere....eh complicado pra caramba
porque? porque a simplificação da vida significaria abrir mão de muita coisa. e abrir mão é sempre um risco de não ter mais onde se segurar depois. mas muita coisa o que? Maria, por exemplo, trabalha numa coisa que ela não gosta, pra comprar o que não precisa, por um prazer efêmero - mais ainda assim prazer - e no final, tudo aquilo que ela possui acaba possuindo ela. Existe uma coisa chamada marketing que funciona assim: são feitas muitas e muitas pesquisas com as pessoas. Elas respondem prontamente e as vezes recebem até um agrado pelo tempo tomado, tipo um lanche ou um chaveiro. Dessas pesquisas, saem as estratégias de venda: o importante é definir o publico alvo do produto, chamar sua atençao e persuadi-lo a comprar. Maria compra um novo salgadinho, sentindo o poder em maos ao abrir a carteira e pagar a moça no caixa rapido. mas num lugar longe dali o Carlos esta comprando uma mercedes nova porque aumentou as vendas da empresa em 46% com o novo salgadinho, e esse lucro aumentou seu salario + bonus. O carro novo tem placa com final 4, portanto vai ficar em casa na terça feira, e nesse dia ele vai continuar usando o omega, que tem motor 3.6 gasolina e 258 cv de potencia. Correr lhe da prazer. Da empresa até sua casa, num condomínio fora da área urbana, ele leva 45 minutos imerso no ar condicionado e ouvindo a aulas de alemão. Nesse percurso seu carro emite CO² e sulfetos causadores de chuva ácida. As vezes ele leva para casa um desenho para a filha em dvd pirateado que compra no camelô da maria, que gosta de salgadinhos, mas está com colesterol alto, disse o doutor. Carlos agora vai pagar dois IPVAs e esta comprando uma casa na praia. A imobiliaria perdeu alguns documentos e ele tera que viajar 60Km para levar os novos. Maria tem enjoos e desconfia que esteja gravida. Mas ela ja tem dois filhos e o marido, motoboy, nao esta trabalhando porque sofreu um acidente e fraturou a fíbula. Ele pensa que isso nao teria acontecido se não houvesse tantos carros. Na verdade, é tanta variavel que para se criar um novo problema é tão facil que eles acabam superando as comodidades.
Mas existe uma opção para tudo isso? ela é viável? Ja faz um tempo eu vi o filme "Into the wild", sobre um jovem que não se adequava a sociedade e resolve viver no meio selvagem. O filme toca tres pontos principais: a dificuldade de se viver sem as comodidades da atualidade, o prazer de estar em contato com a natureza e a liberdade mais pura e simples e, por fim, a dor da familia em nao receber noticias do filho que rompe com todos seus contatos depois de se formar na faculdade. Na sua jornada, ele sofre de fome, frio e abstinencia, que paga pela liberdade plena do consumismo e das regras sociais. Talvez sua opção tenha sido extrema ao eliminar não só os excessos mas tudo que tivesse qualquer vinculo com a sociedade. Excesso, por definição, é aquilo que não é estritamente necessario. Cada um, porem, sabe o que é essencial para si. A simplificaçao da vida é a eliminação dos excessos que nos são oferecidos guela abaixo pelo bicho papao do consumismo. Quando a gente cresce, descobre que bicho papão nunca existiu.
Se para eliminar os excessos for necessário morar longe deles, que seja. Um trabalho que nao poupe a familia do tempo que ela merece, uma boa causa para se agarrar e um lugar ao sol, bem perto de onde nao tenha ninguem querendo vender despertadores a pilha.

19 abril 2008

'2ª série'....'2º erro'.....'2ª chance'.....


era uma vez um menino
um menino inteligente
jeito estranho, bem franzino
não pensava como a gente

nos seus primeiros anos
já olhava para os lados
cabeça cheia de planos
mas por dentro, tudo estragado

de nunca olhar pra frente
um dia ele caiu
sozinho e indiferente
nunca mais subiu...(e ouviu, e leu, e respirou, e sentiu, e cantou, e desfez, e pulou, e sorriu, e gritou, e durmiu, e refez, e xingou, e sangrou, e nunca mais viveu).

o menino sabe de QUEM é a escada
sabe até como subir
mas nunca aprende nada...
...é só começar a sair,

e cai de novo!
e de novo!
e de novo!
e de novo....................................oh lá....caiu!

quero ver quando o dono levantar a escada e for pra casa

01 abril 2008

faça o que quer!

faça
o que
faça

o que
quer
que

quei
ram
que

faça
não
faça

faça
o que
quer

(plageando pilar do bandeijão)