el sonido de los bermudas

02 março 2007

sol e lua


o teclado é prata. e os raios num tom de azul calejado. em meio ao breu, ele ousa acender. a estranha melodia será ouvida novamente. por todos os dois.

com os olhos agora abertos e voltados para o alto, balança a cabeça. olha para o lado e vê aquele ser querido, que com o tempo ruma ao silêncio e o caos, todavia sempre calçando suas presenteadas e queridas pantufas.

mesmo parecendo ser água, a caninha tem seu cheiro característico. escova a cremalheira. através da veneziana vê outras janelas, fechadas. e também um painel, parecem distribuir senhas. talvez seja o inss e aqueles velhinhos maltratados por todos nós.

o ruído do portão, o olhar, e às vezes o cumprimento. rápido e raro. outro movimento, diferente, contínuo, são 6h13min42seg, sol e lua ainda dividem o pequeno teto. ele ali, parado, esperando a resposta. cadê ela?

algumas dezenas de passos, centenas até. ao ver aquela insígnia estampada em uma tora oriunda da serra da mata, ele relaxa. mas seria a melhor opção?

um novo sinal e já são quatro rodas a mais, centenas de destinos e um guia. somente um guia. ah, mais um fiscal é claro. afinal, o teletransporte é uma obrigação do estado.

segue para o piso superior. no vidro embaçado pela gordura do dia anterior, sua imagem não pode ser refletida. mas por quê tentar vê-la? por quem ele procura jamais se importaria com isso...

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